Rio
PUBLICIDADE

Por Rafael Galdo — Rio de Janeiro

Diante da desestruturação nos institutos e hospitais federais no Rio, o grupo de trabalho de Saúde da transição da Presidência da República e representantes de sindicatos e servidores sugeriram, em reunião nesta quinta-feira à noite, a criação de uma comissão especial para buscar soluções para a rede. Segundo participantes do encontro, os problemas imediatos identificados pela comissão devem constar de um relatório previsto para ser divulgado no próximo dia 12 de dezembro. Em nota, a equipe de transição do governo enumerou alguns dos temas debatidos ontem, como o déficit de servidores nas unidades, a falta de concursos públicos para repor a mão de obra, o fechamento de leitos e corte de recursos federais, na ordem de R$ 170 milhões anuais.

Conforme O GLOBO mostrou nesta sexta-feira, somente nos seis hospitais federais no Rio (Bonsucesso, Andaraí, Servidores, Ipanema, Lagoa e Cardoso Fontes), o número de leitos fechados em meados desta semana, segundo o Censo Hospitalar Público do Rio, chegava a 455 (27,9% dos 1.630 existentes), grande parte por falta de médicos ou enfermeiros. Números do Datasus sobre as internações nessas unidades também evidenciavam o impacto no atendimento à população. De janeiro a setembro deste ano, foram em média 3.060 por mês, 18% a menos do que as 3.734 que se registrava mensalmente em 2019, antes da pandemia.

Nesta semana, a iminência de um caos ainda maior só foi contida um dia antes de serem encerrados 500 contratos temporários de profissionais de saúde que atuam em caráter emergencial nas unidade do Rio. Em cima da hora, o Ministério da Saúde autorizou a prorrogação das contratações deles e de outros 2.978 médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e profissionais de gestão e manutenção hospitalar, apoio técnico e diagnóstico, num total de 3.478 pessoas.

Presidente do corpo clínico do Hospital Geral de Bonsucesso, o médico Julio Noronha conta que, na reunião com a transição de governo, destacou-se que a renovação desses temporários não significa a possibilidade de reabertura de leitos e de retomada de serviços descontinuados. Outro ponto importante levantado, afirma Noronha, foi a corrupção na gestão da rede.

— O objetivo de sanear a corrupção vai ser intensificado com o Tribunal de Contas da União (TCU), com base na CPI da Covid, que teve um tópico só sobre hospitais federais — afirma o médico.

Reunião da transição de governo com representantes de sindicatos e de servidores da rede federal de saúde do Rio — Foto: Roberto Stuckert Filho/Divulgação
Reunião da transição de governo com representantes de sindicatos e de servidores da rede federal de saúde do Rio — Foto: Roberto Stuckert Filho/Divulgação

A deficiência no parque tecnológico das unidades, o loteamento político que ocorre nas direções de hospitais federais e a reposição dos recursos humanos também foram assuntos tratados.

No tocante ao déficit de pessoal, o Conselho Regional de Enfermagem do Rio (Coren-RJ) ressaltou que há anos ajuíza ações solicitando providências do governo federal. Na medida mais recente, que pedia a permanência dos contratados temporariamente até que eles fossem substituídos, um levantamento do conselho apontava o peso desses profissionais nos quadros de cada unidade atualmente.

Com contratos prestes a serem encerrados, só no Hospital Geral de Bonsucesso eram 423 enfermeiros e técnicos/auxiliares de enfermagem. Outros 420 estavam no Andaraí, 313 no Hospital de Ipanema, 197 no Cardoso Fontes, 192 no Hospital da Lagoa e 145 no Hospital dos Servidores do Estado. Nos institutos (Inca, Into e Instituto Nacional de Cardiologia) eram mais 229.

Mais recente Próxima Dois dias após acidente, família de ciclista morto na Niemeyer finalmente consegue liberação do corpo

Inscreva-se na Newsletter: Notícias do Rio

Mais do O Globo

A maioria dos postos de combustível aproveita a redução para melhorar sua margem

Petrobras tem reduzido o preço do diesel, mas queda mal é notada pelo consumidor

Se Luis Antonio Tagle for eleito pelo conclave, será o primeiro Pontífice da Ásia dos tempos modernos

Cotado ao papado, cardeal asiático enfrenta críticas por silêncio sobre abuso sexual clerical e guerra às drogas nas Filipinas

Exercícios podem ajudar, assim como limitar a ingestão de alimentos e bebidas alcoólicas antes de dormir

O truque da luz solar pode reduzir a fadiga pela manhã, sugere um estudo; conheça

O GLOBO preparou 11 perguntas para testar os seus conhecimentos sobre o rito que definirá quem será o próximo líder da Igreja Católica

Cardeais isolados, quatro votações diárias, cédulas queimadas e lactose na fumaça: Faça o quiz para saber tudo sobre conclave papal

Se você ainda ouve um ‘te amo’ de manhã, dê o devido valor. O amor custa caro, mas, para sua sorte, ainda existe alguém que se dispõe a pagar o preço

Quanto vale um ‘Te Amo’?

Entre os mais ativos estão Timothy Dolan, dos Estados Unidos, Luis Antonio Tagle, das Filipinas e o brasileiro Odilo Scherer

Campanha pop: proximidade do conclave faz cardeais aumentarem número de posts nas redes

Duo argentino formado pelo cantor e o quadrinista trazem à cidade pela primeira vez o show cheio de humor em que unem seus talentos

Kevin Johansen e Liniers se apresentam no Rio: 'É um baile lindo...  quando funciona'