Vacina é Saúde
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Duas décadas após um estudo que falhou, pesquisas de vacinas contra a doença de Alzheimer voltaram a mostrar resultados promissores. Hoje, há oito projetos na fase de testes com humanos.

O uso de vacinas para tratar doenças que não são infecciosas é uma estratégia perseguida para alguns tipos de câncer e transtornos autoimunes. No campo das doenças neurodegenerativas, ganhou impulso de seis anos para cá. Desde 2017 foram aprovados cinco ensaios clínicos de produtos que atualmente já concluíram a fase 1 (avaliação de segurança) ou fase 2 (avaliação de resposta imune).

Vacinas usam antígenos, que são pedaços de moléculas selecionados para ensinar o sistema imune a atacar agentes patogênicos. Em vez de vírus ou bactérias, porém, no Alzheimer esses agentes são proteínas envolvidas nas reações bioquímicas ligadas à doença que mata neurônios e afeta a memórias.

Placas indesejadas

Três das vacinas em teste foram projetadas para atacar a beta-amiloide, uma molécula que se acumula na forma de placas entre os neurônios, apontada como uma das causas da doença. Outros dois produtos atacam outra proteína, a tau, que se acumula dentro dos neurônios e recentemente despontou como alvo preferencial contra a doença.

Essas moléculas também são alvo de medicamentos para tratar casos sintomáticos do Alzheimer. As drogas mais bem sucedidas até agora nessa outra frente de pesquisa são os anticorpos monoclonais, elementos do sistema imune feitos sob medida para atacar os agentes patogênicos. A diferença principal desses anticorpos para as vacinas é que estas treinam o sistema imune para produzir as próprias defesas, em vez de injetá-las já prontas.

As vacinas contra beta-amiloide que mais galgaram estágios até agora são as da empresa espanhola Araclon e a da americana Vaxxinity. Ambas concluíram os testes de fase 2, demonstrando que os anticorpos dos voluntários são capazes de atacar a proteína alvo. Das vacinas contra a tau, as líderes são a Axon e a suíça AC Immune, também com fase 2 encerrada. As empresas trabalham agora em mobilizar recursos para a fase 3, que testa a eficácia do produto, e requer muito investimento.

O farmacólogo Gustavo Alves dos Santos, pesquisador da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP, acompanha o cenário de pesquisa no setor:

— Existe muito dinheiro para pesquisa com Alzheimer hoje nos Estados Unidos e na Europa — relata o cientista — A gente está vendo um cenário de “corrida do ouro” para a descoberta da cura do Alzheimer, e as vacinas fazem parte desse cenário.

Paras as vacinas que estão entrando em fase 3 é possível que algumas divulguem resultados em cinco anos.

Imunomodulação

As outras três vacinas que já estão em teste clínico para o Alzheimer, porém, atacam moléculas específicas. Elas tentam controlar processos inflamatórios implicados na doença por “imunomodulação”, ativando mecanismos mais gerais do organismo. Uma delas é BCG, para tuberculose, que já mostrou efeitos moduladores contra outras doenças.

A volta das vacinas à linha de tratamentos experimentais contra o Alzheimer se deu porque as drogas disponíveis hoje têm alguma eficácia em desacelerar a doença, mas não conseguem parar por completo, muito menos reverter seu avanço.

O campo, porém, já passou por um trauma, em 2002, quando uma vacina da empresa Elan Pharmaceuticals teve o teste interrompido após causar inflamações cerebrais.

O Brasil tem poucos cientistas trabalhando na área. Uma delas é Silvana Giuliatti, professora da FMRP, que começou a investigar a estrutura de moléculas-alvo para os imunizantes. A pesquisa é toda feita com simulação computacional.

“Queremos usar diferentes métodos da bioinformática aplicados a diferentes grupos de moléculas para avaliar quais os melhores possíveis candidatos na construção de um imunizante”, descreveu Giuliatti, em projeto submetido à Fapesp. “A compreensão sobre esses determinantes é muito importante para auxiliar em mecanismos que proporcionem a melhor resposta imunogênica”.

Como a biologia básica do Alzheimer ainda é um quebra-cabeças com peças faltantes, diz Alves dos Santos, ainda há espaço para que novas abordagens entrem no campo de pesquisa.

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