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Por Carolina Callegari — Rio de Janeiro

O Ministério da Saúde apresentou um plano de ações para os seis hospitais federais no Rio de Janeiro durante a cerimônia de posse da nova diretoria das unidades, realizada na manhã desta sexta-feira. A pasta destacou as mudanças que têm sido feitas desde janeiro deste ano, início da nova gestão, em contrapartida ao relatório elaborado por uma comissão técnica criada no atual ministério, ao qual O GLOBO teve acesso exclusivo. Segundo o órgão, neste ano, estão destinados R$ 731 milhões para custeio, R$ 37 milhões para investimento e R$ 838 milhões para investimentos e reformas, divididos entre os hospitais. Também foi destaca a redução de 51% do número de leitos impedidos e o crescimento de 43% de leitos ocupados.

De acordo com os dados apresentados pelo Ministério da Saúde, neste ano, a verba para custeio será dividida da seguinte forma: o Hospital dos Servidores receberá R$ 187,3 milhões; o Federal de Bonsucesso, R$ 170 milhões; o Cardoso Fontes, R$ 90 milhões; o de Ipanema, R$ 86 milhões; o do Andaraí, R$ 120 milhões; e o da Lagoa, R$ 78 milhões.

— Os institutos nacionais e os hospitais federais não são problemas, mas têm que ser vistos como parte da solução coletiva para os problemas de saúde. Essa construção não é uma construção simples, terá que ser uma construção com engajamento, com todos os entes da federação — disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, durante a cerimônia.

Segundo o relatório, entre os problemas identificados deixados pela gestão anterior estão falta de recursos humanos, problemas de infraestrutura, dificuldades para elaboração de processo para aquisição de equipamentos, mobiliários e necessidade de obras. Fizeram parte do plano de ações imediatas o desbloqueio de leitos para que passassem a ser ocupados por pacientes, disse o diretor do Departamento de Gestão Hospitalar no Rio de Janeiro, Alexandre Oliveira Telles,

— Em janeiro, já tomamos medidas imediatas, com a reabertura de leitos. Encontramos 593 leitos impedidos, na maior parte deles, a justificativa era por falta de recursos humanos. Chegamos com 288 leitos impedidos no final de abril, o que representa uma redução de 51% do número de leitos impedidos desde que a gente assumiu até agora.

Telles disse que recebeu os hospitais com 843 pacientes. "Depois, passamos para 1.128 em janeiro, e agora, em abril, são 1.205 leitos ocupados".

— Posso dizer que este número já está atualizado porque hoje nós temos um número ainda maior: 1.236 pacientes. Então, a cada dia nós estamos realizando o aumento das internações na nossa rede federal.

O relatório elaborado pela comissão também apontou unidades com andares inteiros fechados, isto por diversos motivos, como falta de manutenção, obras ou devido a equipamentos deteriorados. Alexandre Telles enumerou parte das reaberturas feitas até o momento:

— No Hospital de Bonsucesso, reabrimos a unidade coronariana que encontramos fechada. Reabrimos leitos na clínica médica, dobramos a oferta de cateterismo para regulação, também realizamos abertura de leitos na enfermaria pediátrica, no CTI, enfim, em vários setores.

Telles também apontou um dos problemas encontrados no Hospital Federal dos Servidores.

— Nós sabemos que no último ano houve um aumento do número, aumento os dias que os pacientes estavam levando para realizar cateterismo, um procedimento cardiológico muito importante. Então nós retornamos a realização de cateterismo nessa gestão no Hospital Federal dos Servidores para melhorar o atendimento cardiológico da nossa população — disse.

Tomaram posse nesta sexta-feira, Germana Lyra Barh, como diretora do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia; Aurora Felice Castro Issa, diretora de Instituto Nacional de Cardiologia; Alexandre Oliveira Telles, diretor do Departamento de Gestão Hospitalar; Abel Martinez Domingues, diretor do Hospital Federal dos Servidores do Estado; Claudio Ferreira Cotta, diretor do Hospital Federal da Lagoa; Gabriel Farias da Cruz, diretor Hospital Federal de Bonsucesso; Selene Maria Rendeiro Bezerra, diretora Hospital Federal de Ipanema; e Gustavo Albino Pinto Magalhães, diretor Hospital Federal Cardoso Fontes.

Oncologia em ampliação

Alexandre Telles destacou que cinco dos seis hospitais são Unidades de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). A previsão é de que o Hospital de Ipanema, único do grupo a não estar habilitado, passe a integrar.

— Apesar das cinco unidades serem Unacon, todas as nossas unidades realizam o tratamento oncológico, e a gente já está em processo de habilitação do nosso sexto hospital como Unacon que é uma grande deficiência do tratamento oncológico dessa linha de cuidado que, em breve, teremos o Hospital de Ipanema habilitado também — afirmou o diretor.

Outra novidade para o tratamento oncológico será a inauguração de um centro de radioterapia no Hospital do Andaraí, previsto para o segundo semestre deste ano. A unidade ainda deve ganhar uma sala de raio-x com espaço para estudantes acompanharem os procedimentos. O hospital já teve inaugurado o novo setor de oncologia para realização de ciclos de quimioterapia.

— A previsão de inauguração de um centro de tratamento de radioterapia, o primeiro da rede federal. A gente sabe que a radioterapia para o tratamento oncológico também é um grande gargalo. Isso será inaugurado no Hospital Federal do Andaraí, no segundo semestre deste ano. A questão de um novo setor de oncologia, que como eu disse é extremamente necessário para a gente fornecer um tratamento mais humanizado para os nossos pacientes que procuram as emergências, que vão realizar a quimioterapia ali no Federal do Andaraí. A inauguração, inclusive, de uma nova sala de raio-x que pode ser utilizada para estudos porque tem uma sala ao lado que os alunos conseguem acompanhar em tempo real. É muito importante reforçar o perfil de hospital de ensino dos nossos hospitais que formam outros médicos também. Isso é uma grande fortaleza nossa — adiantou Alexandre Telles.

Durante a cerimônia também foi assinada uma portaria para a criação do grupo de trabalho para apoio institucional, desenvolvimento e avaliação das ações de atenção à saúde do âmbito do departamento de gestão hospitalar no Rio de Janeiro. O grupo, formado por diferentes representantes e grupos da Saúde, vai abranger os seis hospitais federais do Rio de Janeiro.

— Esse grupo de trabalho terá planos, metas, prazos, reuniões, atas — disse o secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Júnior, que assinou a portaria. — Acho que com isso a gente aponta um futuro, a reestruturação das unidades federais, ampliação dos seus serviços, com qualidade, humanização e com efeito para a população do Rio de Janeiro e do país.

O grupo também vai monitorar as metas de regulação pactuadas com as secretarias estaduais e municipais de Saúde.

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