Política

O ministro da Educação, Camilo Santana, confirmou à CBN que o MEC vai assumir os últimos 14 hospitais universitários que ainda estavam sob gestão do Ministério da Saúde. Em conversa com Vera Magalhães e Carolina Morand no Viva Voz desta quinta-feira (21), ele afirmou que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, convocou as duas pastas para avaliar que a Educação assuma ainda hospitais federais em crise no Rio de Janeiro.

Os problemas nas unidades federais são uma das crises atuais do Ministério da Saúde. A ministra Nísia Trindade é pressionada pelo Centrão e por parte do governo, e a Vera Magalhães apurou que parlamentares cogitam convocá-la para o Plenário da Câmara. Ouça entrevista completa abaixo:

Capa do audio - Ponto Final CBN

"A Ebserh [Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares] é ligada ao MEC e praticamente gerencia 42 hospitais universitários. Agora, nós vamos assumir mais 14, que são os últimos hospitais das redes federais e universidades que ainda não estavam na Ebserh, e o ministro Rui convocou o Ministério da Educação, juntamente com o Ministério da Saúde, para a gente avaliar a possibilidade da Ebserh também assumir alguns desses hospitais [federais do Rio]. Claro que a gente precisa avaliar como está a situação de cada hospital, quais são as questões orçamentárias de cada hospital, mas o que o MEC puder contribuir em parceria com o Ministério da Saúde, em parceria com a ministra Nísia, nós sempre estaremos à disposição para que a gente possa encontrar o melhor caminho para fazer as mudanças necessárias para garantir um efetivo trabalho para esses hospitais federais do Rio de Janeiro".

À CBN, o ministro ainda comemorou a aprovação da proposta que estabelece novas regras para o Ensino Médio pela Câmara dos Deputados na quarta-feira (20). O novo modelo é alvo de críticas de setores que representam o magistério e o movimento estudantil, e o governo sofre retaliações da oposição. Um exemplo é o deputado Nikolas Ferreira, do PL, à frente da Comissão de Educação na Câmara.

A carga horária dos alunos era o maior ponto de embate, e o novo projeto estabelece 2,4 mil horas de disciplinas obrigatórias e 600 horas para as optativas, enquanto estudante no ensino técnico poderão ter um mínimo de 1,8 mil horas. Segundo Santana, em defesa do texto aprovado, 80% dos 130 mil alunos consultados queriam ensino técnico profissionalizante e, em "avanço importante", o MEC busca garantir "acesso, qualidade e permanência" dos alunos nas escolas.

"Meu desejo, e vou lutar muito para isso, que a gente entenda que, na Educação, nós precisamos estar acima de qualquer questão política ou partidária nesse país", define o ministro.

O ministro foi um dos presentes na primeira reunião ministerial de 2024, na segunda-feira (18). Na ocasião, após queda da popularidade do governo, Lula alinhou que as pastas concluam entregas já anunciadas em vez de propor novos projetos. Ao ser questionado sobre reveses na gestão petista, Santana enfatizou: já é "incomparável" ao governo Bolsonaro.

"Eu sempre digo que pesquisa quantitativa é um retrato do momento. Então, já se passaram quase 15 meses do governo do presidente Lula, mas, com certeza, é incomparável. Você pode pegar os quatro anos do governo passado, e esse governo, em pouco mais de um ano, já apresentou e já entregou muito mais coisas importantes à população brasileira: economia, salário mínimo com ganho real, inflação baixa, exportação batendo recorde, PIB aumentando"

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