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Canabidiol chega ao SUS no estado de São Paulo; saiba quem pode solicitar

Medicamento requer prescrição médica e é destinado a pacientes de três condições raras

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São Paulo

O extrato de canabidiol (CBD) já pode ser solicitado de forma gratuita em farmácias do SUS (Sistema Único de Saúde) em São Paulo.

O governo do estado publicou nesta quarta-feira (8) o protocolo clínico e as diretrizes terapêuticas para a prescrição do medicamento, feito a partir da Cannabis sativae, além dos critérios para sua indicação na rede pública de saúde.

O medicamento é destinado a pacientes de síndrome de Dravet, síndrome de Lennox-Gasteau e complexo da esclerose tuberosa, que enfrentem graves crises epiléticas e resistência às terapias convencionais.

imagem mostra pequeno frasco âmbar sobre bancada
Extrato de canabidiol da farmacêutica Ease Labs, que será distribuído pelo SUS em São Paulo - Fabiano Aguiar/Ease Labs

Enquadram-se na indicação aqueles com persistência de quatro crises epilépticas ao mês, mesmo fazendo uso adequado de duas ou mais medicações para controlá-las durante pelo menos três meses.

Para indicar o tratamento, os médicos devem preencher um formulário de solicitação com dados gerais do paciente, a quantidade de produto solicitada nos seis primeiros meses e a quantidade de crises epilépticas do paciente ao mês. Também devem assinar um termo de responsabilidade.

Os pacientes precisam apresentar ainda exames de imagem –eletroencefalograma em casos de Dravet e síndrome de Lennox-Gastaut; e tomografia ou ressonância magnética cerebral em casos de esclerose tuberosa– e clínicos, como hemograma, níveis de creatinina e eletrólitos no sangue e aqueles que avaliam o funcionamento do fígado.

Após a prescrição chegar às farmácias, ela ainda é enviada para analistas da Secretaria de Saúde do Estado para que a pasta avalie os documentos e envie o medicamento, diz o médico José Luiz Gomes do Amaral, assessor técnico da secretaria.

A lei paulista que prevê a distribuição gratuita de medicamentos à base de cannabis foi sancionada em janeiro do ano passado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A legislação prevê a atuação contínua de um grupo de trabalho formado por especialistas médicos, pesquisadores e associações de pacientes, com o objetivo de aprimorar a política à luz de novas evidências científicas sobre as propriedades medicinais da planta.

Canabidiol no SUS

A farmacêutica que fornecerá o canabidiol ao sistema público paulista é a Ease Labs Pharma, empresa sediada em Belo Horizonte (MG) que venceu licitação do governo estadual.

Cada frasco de 30 ml do óleo vai custar aproximadamente R$ 135 ao poder público –nas farmácias, o mesmo remédio chega a custar R$ 1.000.

Conforme a resolução publicada nesta quarta, o tratamento deve ser feito com produtos que possuam apenas canabidiol ou canabidiol com até 0,2% de THC.

Os principais efeitos adversos associados ao uso são sonolência, diminuição do apetite, alterações comportamentais, erupções cutâneas, fadiga, distúrbios do sono, tontura, diarreia e inquietude.

O medicamento é contraindicado para dependentes químicos, grávidas e lactantes, crianças com menos de dois anos de idade e pessoas com hipersensibilidade a algum componente da fórmula.

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Comentários

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Carlos Silva

8.mai.2024 às 22h29

Finalmente...agora precisa avançar para AUTISTAS, redução de danos do uso de SPA, dores crônicas, pacientes em quimioterapia...e muitas outras doenças comprovadas cientificamente, por estudos robustos. Precisamos sair deste atraso...Brasil medieval nunca mais.